Perguntas que o pessoal sempre faz...
Perguntas que o pessoal sempre faz...
Qual a melhor moto para viajar?
Conrado: Motocicletas existem de vários tipos, com várias cilindradas e para todos os gostos. Em princípio, você pode ir até de Biz, desde que tenha tempo de sobra e adapte o roteiro. Na minha opinião, o ideal seria uma big-trail com pelo menos 600cc, como as Yamaha XT600 e XT660R. Pode ser uma Falcon, mas não pense em levar garupa. Daí para cima, existe um bom número de opções. O mais importante é que você confie nas condições mecânicas da moto e que se ache bonito em cima dela ...
Por que vocês vão sempre para a Argentina, Chile e Uruguai e nunca viajam pelo Brasil?
Conrado e Lígia: Gostamos de viajar também pelo Brasil, mas temos uma predileção por lugares ermos e exóticos. Fazemos pequenas viagens por Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas as maiores são sempre reservadas para a Argentina e o Chile. O que nos atrai nesses países é a imensa diversidade de cenários (cordilheira, montanhas coloridas, neve, deserto, pinguins, lobos marinhos, etc) com estradas praticamente desertas e seguras e a um preço bastante acessível. Sempre fomos muito bem tratados pelos nativos, especialmente os argentinos, que são gentilíssimos conosco. Por isso, voltamos sempre.
Lígia, você não tem medo de andar numa moto tão grande?
Tenho. Por isso tomo bastante cuidado.
Lígia, a moto não é pesada demais para você?
É. Ainda bem que eu não tenho que carregá-la... eheheh... Sério, quando em movimento, ela fica leve. O peso aparece quando ela está parada ou quase (tenho 1,68 m e peso 51 kg; a moto abastecida e carregada chega a 250 kg). Mesmo assim, o centro de gravidade dela é baixo e as minhas pernas são compridas, o que ajuda bastante. Nas situações mais complicadas, uso o meu personal manobrista, que sempre levo nas viagens....
Não seria mais prático e seguro a Lígia ir na garupa?
Lígia: Quando viajamos apenas nós dois, é sempre mais seguro ir em duas motos, para o caso de ocorrer alguma pane (felizmente, nunca passamos por isso). Duas motos também permitem viajar com mais conforto (tem mais espaço para se mexer, além do apoio do guidão) e levar mais bagagem (um par de sapatos a mais faz muita diferença numa viagem de duas semanas). Mas, na verdade, eu piloto porque é uma delícia ter o controle e nenhum capacete na minha frente!
Por que vocês ainda não foram ao Ushuaia?
Lígia: Por que tem muita coisa linda no caminho que a gente quer olhar com calma. Como não temos muito tempo de férias (3 ou 4 semanas, sempre entre o natal e o ano novo), resolvemos fatiar o sul do continente para ver os detalhes. Uma hora a gente chega lá embaixo, mas não temos pressa. Se bem que agora estamos morando em Berlin, então talvez cheguemos na Mongólia antes....rsrsrsrs
Não é cansativo andar tantos quilômetros de moto?
Lígia: Depende do ponto de vista. Nós achamos mais cansativo viajar de carro. De qualquer maneira, de moto a gente precisa parar mais vezes (costumamos parar a cada duas horas ou 200 km para nos alongar e esticar as pernas) e planejar melhor cada trecho, pois não viajamos à noite (questões de segurança). A gente faz, no máximo, uns 900 km em um dia, e, mesmo assim, não muitos dias seguidos. O ideal, para nós, é entre 400 e 600 km/dia para uma viagem confortável.
É preciso algum preparo físico para viajar de moto?
Lígia: Não necessariamente, mas aumenta bastante o conforto quando você está com o corpo condicionado e os músculos em dia. Eu faço musculação e yôga. O Conrado faz musculação e pilates. A gente sempre tenta se alongar nas paradas e no final do dia. Mesmo assim, quando o trecho é muito duro, tomamos um Dorflex antes de dormir para descansar melhor.
Salta, Argentina • janeiro 2008