[24—25 dez 2008] Tafí del Valle
Saímos de Jesús Maria com chuva, mas, apesar do mau tempo, o dia estava lindo. O céu azul marinho fez as estradas parecerem ainda mais surreais. Rodamos mais de 540 km sem encontrar nada, só a estrada perfeita e um cenário de filme. A mais ou menos 50 km de Tafí, começamos a subir a montanha que nos leva à cidade. São 2.000 m de altitude, no meio da mata fechada e cheia de cachoeiras. Apesar de asfaltado, o caminho é bem estreito (em alguns pontos só passa um carro) e há uma profusão de curvas em cotovelo. Pena que estava chovendo, o cenário estava primoroso… levamos quase uma hora para subir, mas valeu muito a pena.
Finalmente chegamos ao paraíso (logo depois do fim do mundo, como se pode ver na foto da estrada). Tafí del Valle é uma graça, cheia de lojinhas de artesanato, restaurantes bacanas e pousadas charmosas. Ficamos numa pousada construída há 200 anos (está na família há 9 gerações e a maioria dos móveis é original). Como se isso não fosse suficiente, há um labrador fofo e querido chamado Tato e uma gata manhosa toda malhada chamada Durabica, além de 3 lhamas que vivem tomando sol no gramado.
Lá é friozinho e os quartos tem calefação. A estância tem uma biblioteca maravilhosa cheia de livros que ficam à disposição dos hóspedes. O Conrado e eu até aventamos a possibilidade de mandar trazer os gatos e os computadores e ficar morando lá mesmo…eheheh…
Tafí del Valle já foi povoado por diversas tribos indígenas, inclusive incas. No século XVIII, os jesuítas adquiriram as terras e se estabeleceram lá. Em 1767 eles foram expulsos, e a região foi dividida entre as 4 famílias mais influentes, que constituíram as estâncias, uma das quais é Los Cuartos. Dá para visitar a fábrica de queijos da estância, uma produção bem artesanal e deliciosa…