Encontrei-me com o Conrado em Córdoba. Ele foi de moto partindo de Florianópolis, dia 23/12/03 e eu, de milhas Varig, dia 25/12/03. Córdoba não estava nos planos, só foi inserida por causa das milhas. Ao contrário do ano anterior, quando fomos ao Chile com mais dois casais, dessa vez fomos só nos dois.

A viagem propriamente dita começou em Mendoza, quando iniciamos a contornar a Cordilheira dos Andes pelo lado Argentino. Cruzamos o Paso de Água Negra para o Chile e voltamos pelo Paso do Cristo Redentor, de volta a Mendoza.

A viagem toda durou 19 lindos e inesquecíveis dias, 14 dos quais eu estava junto.

2003 • Paso Agua Negra


relato | fotos | detalhes

Paso Agua Negra, Argentina • janeiro 2004


Voltamos pelo Chile, e passamos por uma cidadezinha chamada Vicuña que tem vários observatórios ao redor. Visitamos um, ainda de dia, mas não pudemos fazer visitas noturnas porque era feriado municipal e estava tudo fechado. Passamos também por Los Andes, onde conhecemos o Martin, um cachorro muito fofo que tinha problemas de coração (o coração dele era grande demais, pode?).

Cruzamos de volta para a Argentina pelo Paso Cristo Redentor (que é o Paso mais tradicional e urbanizado, por sua proximidade com Santiago) de onde se pode ver o Aconcágua, do alto dos seus seis mil e tantos metros.

Quando eu penso que a gente viu tanta coisa linda em tão pouco tempo, quase não dá para acreditar. E nós queremos mais...


Vale Uspallata

A coisa mais impressionante nesse lugar são os contrastes. Tudo é deserto, pois a cordilheira não deixa que a umidade do oceano chegue do outro lado. Mas onde a água consegue escapar, formando rios de degelo, a natureza desabrocha de maneira luxuriante. São oásis de verdade, cheios de bichos, pássaros, flores e tudo o mais que couber nessas ilhas verdes.


Barreal

Esse é o oásis mais charmoso que encontramos, bem no meio do nada. E um nada com Internet, diga-se de passagem. Um vilarejo que não deve ter mil pessoas, tem uma casa com 10 máquinas para o pessoal usar (em 2003!). Fiquei dois dias na fila, mas mesmo assim não teve jeito... todo mundo tinha que se conectar com o mundo. Lá também tem uma pousada que vale a pena, simples mas charmosíssima, chamada Don Eduardo. Uma antiga estância com cavalos, carneiros, piscina e arquitetura espanhola. Quartos imensos com lareira e pé direito altíssimo. As refeições são caprichosamente servidas à francesa. Íamos passar uma noite, ficamos três e temos planos de voltar.


Paso Agua Negra

Os caminhos que cruzam a cordilheira dos Andes se chamam Pasos. Esse, o Agua Negra, chega a uma altitude próxima a 5000 metros. No inverno, ele está fechado, pois fica coberto de neve. No ponto mais alto, como é muito frio, o gelo não chega a derreter e se formam os chamados "los penitentes", que são estalactites da altura de uma pessoa que se parecem com devotos rezando e olhando para o céu (por isso eles têm esse nome). Por causa de gelo na estrada a moto escorregou e caiu. Nessa altitude, ninguém tem fôlego para nada, pois o ar é rarefeito. Tivemos que sentar e aguardar uns vinte minutos para que um carro nos ajudasse.

O que impressiona muito são as dimensões grandiosas, o silêncio e as cores. O azul do céu é único, nunca tinha visto tão intenso assim antes.


Mendoza

Na minha opinião, todo prefeito deveria visitar Mendoza para parar de reclamar e ver como se constrói qualidade de vida. A cidade fica no meio de um deserto, a água tem que ser trazida do degelo das Cordilheiras a cerca de 100 km, mas, milagrosamente, não se sente calor e nem sede. É que lá foram plantadas, ao longo dos anos, centenas de milhares de árvores chamadas álamos, que cobrem toda a área urbana, formando um verdadeiro oásis. A irrigação é feita por baixo das calçadas por um complexo sistema de comportas e, por causa de um terremoto que destruiu tudo no século dezoito, os prédios são todos baixos e as ruas bem largas (para facilitar a evacuação dos locais em caso de repeteco).

A cidade é linda, cosmopolita (gente do mundo todo vem escalar o Aconcágua e essa é a cidade mais próxima), cheia de cafés, gente interessante e ótimos vinhos (para que mais?). Veja as fotos e tente acreditar que lá vivem 1 milhão de argentinos. A maioria das fotos foi tirada pelo Conrado — eu não tinha máquina digital ainda.

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Viagens

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2004 • Península Valdés
2003 • Paso Agua Negra
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